segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Prevenção de Doenças Transmitidas por Artrópodes (Mosquitos)




Figura 1 – Mosquito
  
Os artrópodes (insetos) já transmitiram inúmeras doenças, tais como, a malária, dengue e febre-amarela, que constituíram graves problemas de saúde pública na Europa. (Figura 1) Apesar, destas doenças já terem sido erradicadas da Europa em meados do século XX, continua a existir, em muitas zonas as espécies de mosquitos responsáveis pela transmissão destas patologias.
Grande parte das doenças transmitidas pelos vetores exibe um padrão sazonal distinto, o que indica que os parâmetros climáticos são importantes na epidemiologia das doenças transmitidas por estes. A temperatura, precipitação, humidade e a velocidade e direção do vento influenciam fortemente a ecologia, desenvolvimento, comportamento e sobrevivência dos vetores e hospedeiros, e consequentemente a dinâmica da transmissão da doença.
Visto que, para muitas doenças transmitidas por vetores ainda não existe vacina eficaz que permita preveni-las, ou ainda, não existe um tratamento específico para cada uma, a forma mais eficaz de minimizar o risco de uma doença emergente ou de evitar casos de animais e humanos infetados, é através da redução ou eliminação dos vetores (mosquitos ou outros insetos).
Desta forma, as autoridades e a população em geral terão que encarar os mosquitos não apenas como fator de mera incomodidade, mas como efetivos vetores de doenças emergentes, por vezes com consequências graves para a saúde e, como tal, à que agir em cooperação conjunta, no sentido de controlar de forma eficaz as populações de vetores de doenças.

As Técnicas de Saúde Ambiental têm como objetivo:
- Prevenir e controlar os vetores possíveis de transmissão de doença;
- Identificar e monitorizar locais potenciais para a criação e proliferação de vetores, nomeadamente, lagos, lagoas, zonas pantanosas, charcos, valas ou outras zonas de água estagnadas e/ou poluídas;
- Programar a monitorização dos locais potenciais de criação identificados, em conjunto com as entidades intervenientes no controlo de vetores, no sentido de constatar as condições existentes que indicam o desenvolvimento de populações de mosquitos (presença de larvas, condições de escoamento e origem da água);
- Registar as ações de controlo previamente realizadas em cada local (frequência de aplicação de larvicida, regularização do leito de escoamento e limpeza das margens, entre outros);
- Determinar medidas que visem a sua eliminação ou que reduzam as condições para a deposição de ovos e criação de mosquitos;
- Sensibilizar as Autarquias para que desenvolvam planos e actividades;
- Informar a população sobre formar de prevenção da infeção por vetores (mosquitos).

Ciclo de vida dos Vetores

O ciclo de vida dos mosquitos é constituído por uma duas fases: (Figura 2)
- Fase aquática – ovos, larva e pupa;
- Fase aérea   correspondente ao mosquito adulto.

         Figura 2 – Ciclo de vida do mosquito

A presença de água é fundamental para a existência de mosquitos, uma vez que é o meio pelo qual se completa o ciclo evolutivo. A temperatura é fundamental para o desenvolvimento mais rápido e aumento dos descendentes, desde que esteja entre os 25ºC e os 30ºC, pelo que a população tende a aumentar nas épocas de Primavera e Verão.
O ciclo de vida dos mosquitos apresenta metamorfose completa, com um estádio de ovo, quatro estádios de larva, um estádio de pupa e adulto. (Figura 3)
 
Figura 3 – Estádios do ciclo de vida do mosquito

A postura dos ovos decorre na superfície da água ou em solo húmido que, embora não tenha água, poderá posteriormente ser inundado. Podem ser depositados mais de cem ovos por postura.
Os ovos dos mosquitos têm grande poder de resistência a longos períodos de dissecação e a temperaturas extremas, que poderão compreender entre cerca de -15ºC e os 48ºC.
A escolha do local para a oviposição pelas fêmeas é o fator determinante para a distribuição das larvas de mosquitos e várias espécies de mosquito têm locais de escolha específicos.
Na maioria das espécies de mosquito, as larvas estão restritas a ambientes de água doce, mas algumas podem tolerar ambientes aquáticos muito poluídos e outras estão adaptadas a elevada salinidade da água. São poucas as espécies que se desenvolvem em sistemas aquáticos permanentes (lagos e reservatórios). Estes habitats são normalmente fundos, muito abertos e não providenciam proteção a predadores de larvas de mosquitos, como peixes que podem estar presentes. Pelo contrário, as larvas da maioria das espécies desenvolvem-se em sistemas aquáticos temporários como margens abrigadas de rios, bebedouros de gado, recipientes abandonados, pneus ao ar livre, canais de irrigação, poças de neve derretida, arrozais e sapais.
As larvas de mosquito raramente são encontradas em águas correntes. Exigem normalmente águas paradas e pouco profundas. A embriogénese ocorre depois da oviposição.
Após alguns dias, uma pequena larva nasce do ovo. Sofre três mudas durante o seu desenvolvimento, até atingir o 4º estádio de larva, que alguns dias depois se transforma em pupa. As larvas de mosquitos não sobrevivem a temperaturas entre os 5ºC e os 8ºC.
O tempo necessário para a eclosão do ovo e desenvolvimento dos vários estádios larvares e pupa depende de vários factores físicos, sendo o mais importante a temperatura.
A pupa não se alimenta e é muito ativa. Tem uma característica forma de vírgula e corresponde ao último estádio imaturo antes de mosquito adulto, que eclode diretamente da pupa.
O tempo necessário para o desenvolvimento do ovo ao adulto pode ser inferior a dez dias em determinadas localizações geográficas e espécies.
Os machos acasalam com as fêmeas na proximidade do criador, muitas vezes formando enxames sobre os locais com água onde as fêmeas vão eclodir. De entre a população de mosquitos, são as fêmeas que efetuam a refeição de sangue, para possibilitar a postura de ovos, ao passo que os machos se alimentam de néctares.
As fêmeas adultas, já fecundadas, podem voar vários quilómetros para efetuarem uma refeição sanguínea ou uma postura de ovos. Após a refeição sanguínea, a fêmea tem nutrientes suficientes para desenvolver os ovos. O ciclo contínua com a oviposição num criadouro. As fêmeas podem ter vários ciclos gonotróficos, efetuando assim várias refeições sanguíneas e várias posturas por ciclo de vida.

Colheita de vectores (mosquitos)

Ovos
Material:
- Vasos ou recipientes pretos de plástico;
- Régua ou ripa de madeira revestida por tecido vermelho vivo ou branco.

A colheita de ovos pode ser efetuada no habitat natural ou através de dispositivos artificiais. Podem ser utilizados vários utensílios que permitam coletar um determinado volume de água que contenha ovos e outros estádios imaturos, como colheres, caços, rede de malha apropriada, passadores, que estejam apropriados à colheita no meio aquático em questão.
Os dispositivos artificiais são armadilhar de oviposição, destinadas à postura de ovos de fêmeas grávidas. Estas armadilhas são muito úteis em estudos epidemiológicos e ecologia de população e podem capturar a fêmea grávida ou deixá-la escapar, apenas retendo os ovos. As armadilhas consistem recipientes de água de plástico (balde) ou de outros materiais onde deve ser cheios até meio com água sem cloro e colocado numa zona pouco ventosa com vegetação ou cobertura urbana. Deve-se colocar alguma matéria orgânica (folhas em decomposição ou um pouco de solo) de modo a que a água não fique turva. A cor e contraste são importantes para atrair mais efectivamente algumas espécies. Por exemplo, o contraste preto/branco ou preto/vermelho adequado à captura de ovos de várias espécies. Seguidamente, coloca-se a régua ou ripa de madeira de forma a ficar com uma parte imersa e outra descoberta com o tecido húmido. Ao longo do tempo, deve-se vigiar a presença de ovos na superfície da régua ou nas paredes do vaso. Os ovos ou larvas devem ser cuidadosamente retirados e transferidos para um frasco de envio. Por fim deve-se registar o local e a data da recolha bem como outros dados que possam ser relevantes.


Larvas e Pupas
Material:
- Caço de colheita, colheres outro material de colheita;
- Frasco ou garrafas de recolha;
- Vestuário adequado.

O dispositivo padrão para a captura de larvas e pupas é o caço. Muitos outros materiais podem ser utilizados, como foi referido anteriormente para a colheita de ovos.
No local aquático deve-se procurar e pesquisar a presença de larvas, caso exista, deve-se proceder à colheita e à transferência do material para os frascos ou garrafas de recolha. O caço deve ser cuidadosamente e lentamente submersos em água para evitar perturbação, percorrendo a superfície. Ao ser levantado deve ser examinado para a presença de larvas, as quais são transferidas para os frascos ou garrafas de recolha. O boletim de colheita de larvas tem que ser preenchido para cada local e data e caso necessário outros dados que possam ser relevantes. (Figura 4)

Figura 4 – Fotos da colheita de larvas e pupas

Adultos

Material:
- Armadilhas e recipientes coletores;
- Baterias carregadas;
- Gelo seco e recipientes (sacos, jornais ou frascos de plásticos);
- Termómetro, higrómetro e GPS.


Vários métodos de captura e armadilhas podem ser usados para mosquitos adultos. O sexo, a espécie e o estado fisiológico influenciam determinantemente o resultado do esforço de captura. (Figura 5)

Figura 5 – Armadilha

Os adultos de muitas espécies de mosquitos são inativos durante o dia, encontrando-se em repouso em lugares escuros, frescos e húmidos, enquanto, outras espécies têm actividade diurna ou apenas crepuscular. As populações em repouso, que são encontradas na vegetação, no interior de casas, estábulos, grutas podem ser colhidas com o uso de aspiradores. Os mosquitos com actividade crepuscular e nocturna podem ser capturados com armadilhas luminosas do tipo CDC (Centers for Disease Control). Há uma grande variedade destas armadilhas, em que algumas funções estão disponíveis, como serem providas de uma foto sensor que permita que o sistema elétrico só funcione entre anoitecer e o amanhecer e/ou de um dispositivo de libertação de CO2, um agente atrativo que simula, deste modo, a libertação de CO2 pela respiração animal, facilitando e aumentando a eficiência ou especificidade de captura. Para os mosquitos diurnos podem ser utilizadas armadilhas do tipo CDC, em que os principais atrativos sejam CO2 e o contraste da cor. O CO2, usado nas sessões de captura, é obtido pela sublimação do gelo seco, que se pode adquirir comercialmente. O gelo seco pode ser envolvido em folhas de jornal ou termos com a rolha ou tampa semi-apertada, e colocado perto da armadilha. (Figura 6)

 Figura 6 – Gelo Seco

Esta metodologia exige que se coloquem as armadilhas no final da tarde e se levantem no início do dia seguinte. Caso sejam providas de foto sensor e a bateria de alimentação tem capacidade para várias noites de captura é possível montar as armadilhar e levantá-las após vários dias.
No entanto, o estudo de vetores (mosquitos) exige que os mosquitos cheguem vivos ao laboratório o que limita os dias em que as armadilhas ficam no campo sem serem levantados os mosquitos capturados, pois a taxa de mortalidade na armadilha pode ser elevada e amostra ficar inviável para a deteção de artrópodes.
Desta forma, deve-se colocar a armadilha com o saco coletor e ligar à bateria, verificando várias vezes se as portas metálicas basculantes se encontram na posição fechada e testando a sua abertura e fecho. Seguidamente deve-se colocar o recipiente de gelo seco na proximidade da armadilha o termómetro e higrómetro. Por fim, deve-se tirar as coordenadas GPS e apontar os dados no boletim de colheita, bem como as temperaturas (máximas e mínimas) e outras observações que possam ser importantes.
Na manhã seguinte, recolhe-se com cuidado o recipiente coletor, evitando as fugas dos insetos capturados e transporta-los para o laboratório.


Envio das Amostras
As amostras dos ovos, larvas e pupas podem ser enviadas em frascos ou garrafas de plástico. Os frascos ou garrafas de transporte devem utilizar água do meio de colheita e só devem ser fechados no momento do envio das amostras e se possível numa caixa térmica com um termoacumulador.
As amostras dos mosquitos adultos colhidas nas armadilhas tipo CDC deverão ser recolhidas na manhã do dia seguinte à colocação. O calor excessivo mata os mosquitos. As formigas são potenciais predadoras dos mosquitos e facilmente detetam e invadem a armadilha destruindo a amostra. Os copos coletores devem ser transportados cuidadosamente para uma instalação refrigerada. Para transferir para os tubos de transporte, os copos coletores devem ser colocados num refrigerador (frigorifico comum a 4ºC) cerca de trinta minutos para anestesiar os mosquitos. Para a transferência pode usar-se um aspirador elétrico ou simplesmente por passagem direta do copo coletor para o tubo de transporte. O número de colheita, o coletor, o local e a data devem ser registados diretamente no copo ou numa etiqueta. Se a amostra não for enviada no próprio dia recomenda-se mantê-la num lugar fresco ou no refrigerador. Para o envio, as amostras devem ser bem acondicionadas numa caixa térmica com um termoacumulador por correio ou transporte especial.


Vigilância, Prevenção e Controlo de Vetores

O controlo de populações de vetores (mosquitos) começa com programas de identificação das espécies de uma determinada área, com o estudo cartográfico e ecológico da área e o levantamento de todos os potenciais criadores, para finalmente se reunirem as condições necessárias a uma intervenção eficiente.
O controlo dos mosquitos, deve ter em conta o ciclo biológico, sendo que, os maiores esforços no controlo das populações deve-se aplicar no estádio aquático de ovo, larva e pupa. 
Existem quatro métodos de controlo de mosquitos, sendo estes, métodos de controlo físico, químico, biológico e educacional. Cada vez mais se tem utilizado métodos de controlo físico e biológico em substituição aos métodos de controlo químico.

Controlo Físico Este método pretende reduzir a densidade populacional de mosquitos e impedir o contacto com a população humana através da eliminação dos seus criadores. Exige um conhecimento detalhado da área de trabalho, do ciclo de vida das espécies presentes e uma coordenação organizada entre as entidades interessadas e os responsáveis pelo programa de controlo.

Os exemplos mais comuns de controlo físico são:
- Limpeza de canais de drenagem de água;
- Eliminação de recipientes abandonados ao ar livre;
- Manutenção de poços e fossas sanitárias;
- Gestão de inundações de finalidade agro-pecuária;
- Gestão de zonas húmidas.

Controlo QuímicoO controlo químico foi o método mais aplicado na luta contra os mosquitos e consiste na aplicação de pesticidas de origem sintética em populações de larvas e de adultos. Nas últimas décadas os larvicidas, agentes organofosforados, têm sido substituídos por produtos biológicos. Relativamente aos adulticidas não foram encontrados substitutos biológicos e continuam a usar-se agentes organofosforados, com o malatião e outros piretroides.

Controlo BiológicoO controlo biológico envolve a utilização cuidada de um predador, agente patogénico, parasita, competidor ou toxina produzida por um microrganismo para reduzir a densidade de uma população alvo. As vantagens desta metodologia são os reduzidos efeitos nefastos no ecossistema, relativamente aos inseticidas convencionais, e a alta especificidade com que se ataca a população alvo a controlar. Atualmente, os métodos mais conhecidos de controlo biológico utilizam produtos baseados em bactérias tóxicas para os mosquitos, como o Bacillus thuringiensis. Estas bactérias têm proteínas que em contacto com o sistema digestivo das larvas provocam a destruição do tecido e a morte da larva. A aplicação destes produtos é feita segundo a mesma metodologia que se usa com produtos químicos, havendo empresas especializadas no seu fabrico e produção. Outro método de controlo biológico é a colonização com peixes predadores, como a Gambusia.

Campanhas EducacionaisAs campanhas educacionais promovem a divulgação de informação sobre como evitar a proliferação dos mosquitos. As campanhas de sensibilização da população promovem a aquisição de um maior conhecimento das características dos mosquitos, embora o êxito destas campanhas seja difícil de avaliar. 

As medidas mais frequentemente apresentadas à população são:
- Não deixar recipientes abandonados;
- Não armazenar água em recipientes ao ar livre se não estiverem perfeitamente tapados ou se não circular água regularmente;
- Colocar peixes em fontes ou piscinas ornamentais;
- Fazer regularmente a manutenção de poços e estruturas similares.

Na ausência de uma vacina humana eficaz, a prevenção da infeção por vetores (insetos) nos seres humanos, baseia-se em duas estratégias fundamentais:
- Redução de densidade populacional de insetos vetores;
- Prevenção da picada dos insetos em humanos.

As medidas preventivas de proteção individual mais eficientes para evitar a picada de mosquitos são:
- Aplicar repelentes de insetos com DEET na pele exposta, especialmente nos dois períodos de maior actividade dos mosquitos, anoitecer e amanhecer;
- Reduzir a área de pele exposta, vestindo de preferência roupa de mangas compridas, calças compridas e meias;
- Utilizar redes mosquiteiras;
- Utilizar incensos repelentes e inseticidas domésticos de acordo com as instruções do fabricante.



Referências Bibliográficas:
Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Universidade Nova de Lisboa. Disciplina de Entomologia Médica I. Conceito e âmbito da entomologia médica. (2007) Consultado a 8 de Novembro de 2012
Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Universidade Nova de Lisboa. Disciplina de Entomologia Médica II. Família Culicidae. Subfamílias (2008) Consultado a 8 de Novembro de 2012
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. (2011) Epidemiologia e biologia de vectores culicídeos. Rede de vigilância de vetores - REVIVE. Consultado a 8 de Novembro de 2012
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. (2011) Formação REVIVE – Mosquitos. (2º edição) Agentes infeciosos transmitidos por vetores culicídeos. Consultado a 8 de Novembro de 2012
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. (2011) Formação REVIVE – Mosquitos. Consultado a 8 de Novembro de 2012
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. (2011) Métodos de Controlo e Prevenção. Consultado a 8 de Novembro de 2012
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. (2011) Vigilância de Culicídeos. Programas de vigilância, metodologias de estudo e factores ambientais. Consultado a 8 de Novembro de 2012
Ministério da Saúde. Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. Departamento de Saúde Pública. Programa de Prevenção de Doenças Transmitidas por Artrópodes – Insetos – (2011). Consultado a 8 de Novembro de 2012

Sem comentários:

Enviar um comentário